Houve aspectos positivos e negativos a serem observados no teste de ignição.
No domingo, a SpaceX realizou um teste de ignição estática do propulsor Super Heavy em seu local de lançamento no sul do Texas. A ignição dos 33 motores em conjunto com muita água provou ser um espetáculo, e houve aspectos positivos e negativos a serem observados no teste de ignição de curta duração.
Após os testes da última semana do Booster 9, do sistema de dilúvio de água e de outras atividades importantes na Starbase, o programa Starship está agora entrando em uma fase crítica de testes, na qual o Booster 9 realizou um teste de ignição estática dos motores Raptor com o sistema de dilúvio de água em uso.
O requisito de teste “Spin Prime” – concluído na sexta-feira – ocorreu antes de um teste de ignição estática com um conjunto quase completo de disparos dos motores Raptors no domingo.
Do lado positivo, o Booster 9 sobreviveu ao teste e pareceu estar em boas condições posteriormente. Além disso, os sistemas terrestres radicalmente reconstruídos e já contando com o novo sistema aprimorado de supressão de água, pareceu funcionar bem na proteção do foguete e da plataforma de lançamento, apesar da curta duração do teste e por contar com somente metade da capacidade de força de cada motor Raptor (testes estáticos não são com força real de lançamento).
Como mensionado, o teste não foi executado durante toda a duração planejada. Ele terminou após 2,74 segundos, de acordo com a transmissão ao vivo da SpaceX, ficando aquém dos planejados cinco segundos. Além disso, quatro dos 33 motores principais Raptor do foguete desligaram prematuramente. Isso indica que a SpaceX ainda está lidando com a confiabilidade de seus motores Raptor, apesar do intenso trabalho para melhorar seu desempenho. Este foguete é alimentado por motores “Raptor 2”, e a SpaceX está trabalhando em uma versão atualizada “Raptor 3” para abordar a confiabilidade.
Um passo adiante
Mesmo assim, os testes de domingo marcaram um avanço para a SpaceX, aproximando a empresa de um segundo lançamento de seu veículo Starship. Uma pilha completa do foguete inclui o propulsor Super Heavy e o estágio superior Starship. Não se sabe se a SpaceX planeja realizar testes adicionais deste propulsor ou se obteve dados suficientes no domingo para prosseguir com uma possível tentativa de lançamento (quando receber liberação da FAA, agência que controla voos nos EUA)
Além disso, não está claro o quão perto a SpaceX está de uma segunda tentativa de lançamento da Starship. Para efeito de comparação, transcorreram 70 dias entre o teste de ignição estática do Propulsor 7, que impulsionou o primeiro lançamento do Starship, e seu lançamento. Essa tentativa de lançamento inaugural, em 20 de abril, falhou devido a problemas nos motores e outras questões que condenaram o voo do estágio propulsor.
No entanto, o fato de que este último teste ocorreu em um domingo – a SpaceX só pode fechar a estrada que leva ao local de lançamento e à Boca Chica Beach em alguns dias de fim de semana por ano – indica que há certa urgência nessa campanha de lançamento.
A SpaceX fez progressos consideráveis desde a tentativa de lançamento em 20 de abril, que causou danos graves à Plataforma de Lançamento Orbital da empresa e grande parte do estágio zero da empresa (hardware terrestre associados) no sul do Texas. O mais notável é que engenheiros e técnicos instalaram um grande sistema de dilúvio de água e realizaram um teste que pareceu ser bem-sucedido em 28 de julho.
Esse sistema inclui uma espessa chapa de aço perfurada sob o foguete, através da qual jatos de água são disparados para compensar o calor e a energia acústica de 33 motores Raptor disparando simultaneamente. No domingo, o resultado desse novo sistema de dilúvio de água foi a produção de uma imensa quantidade de vapor, conforme esperado.
Durante a tentativa de lançamento em abril, a falta de um sistema de supressão de som levou a danos significativos, incluindo a ruptura de pedaços de concreto da plataforma de lançamento que choveram detritos por quilômetros ao redor da localização da Starbase. Essa é uma área de preocupação examinada pela Administração Federal de Aviação (FAA), enquanto a SpaceX busca uma nova licença de lançamento; e também é o tema de um processo movido por grupos ambientais contra a Administração Federal de Aviação para impedir a emissão de uma nova licença.
A SpaceX está tentando proteger a plataforma de lançamento e a Starship de um futuro “tornado de rochas” sem o benefício de uma trincheira de chamas, por isso o “chuveiro de cabeça para baixo”, como Elon Musk o descreveu, é uma parte fundamental para tornar a plataforma de lançamento rapidamente reutilizável. A reutilização rápida é a chave para fazer o sistema Starship funcionar para o Starlink v2, missões lunares da Artemis, missões a Marte e outras aplicações.
Dados necessários
É provável que a SpaceX tenha coletado uma quantidade considerável de dados sobre o desempenho do pad orbital renovado e do sistema de dilúvio de água no domingo, a fim de fornecer informações necessárias à Administração Federal de Aviação como parte do processo de obtenção de licença de lançamento.
Outra questão ainda a ser resolvida é o sistema de términação de voo do foguete, que seria usado para destruir o foguete caso ele se desvie do curso durante o voo. Apenas cerca de 90 segundos após o início de seu voo inaugural, o sistema de términação de voo do booster Super Heavy foi iniciado. No entanto, houve um atraso de cerca de 40 segundos entre o início do sistema e a fragmentação do foguete.

Essa defasagem de tempo não apresentou problemas de segurança, já que o foguete estava em segurança no mar, mas é uma defasagem inaceitável para um sistema que deveria encerrar o voo quase imediatamente. Vários dias após essa tentativa de lançamento, Elon Musk, fundador da SpaceX, disse que o problema poderia ser resolvido com “um cordão de detonação mais longo” para garantir que os tanques de propelente fossem rapidamente desativados. No entanto, ele reconheceu que resolver esse problema com a Administração Federal de Aviação pode levar algum tempo.
“O item com o maior tempo de espera provavelmente é a requalificação do sistema de término de voo,” disse Musk. Nem ele nem a Administração Federal de Aviação forneceram atualizações desde então.
A Nave 25 está sendo preparada para voar no topo do Booster 9 para o próximo segundo voo de teste do Starship. No entanto, a Nave 25 também está de volta ao Local de Produção depois de retornar na manhã de domingo.
Enquanto as Naves 25 e 28 estão sendo preparadas para voos futuros, outras naves foram desmontadas para liberar espaço, já que veículos como a Nave 30 estão em construção. A Nave 27 foi desmontada no início deste mês, e agora a Nave 15 também foi desmontada. A Nave 15, a primeira nave Starship com aletas a completar com sucesso um pouso, foi desmontada na quarta-feira, 26 de julho.

Fonte: ArsTecnica / Eric Berger

Vivemos um momento único na história, um momento que ficará cravado como o início da expansão ao espaço. A humanidade começa a sair do berço terrestre para se aventurar e amadurecer como civilização espacial. Como fundador do Expansão Astronauta, desejo inspirar a todos que como eu, compreendem este momento.